sexta-feira, 14 de outubro de 2011

POESIA MATEMÁTICA

Às folhas tantas do Livro Matemático
um Quociente apaixonou-se um dia,
doidamente,
por uma linda incógnita.
Olhou-a com seu olhar inumerável
e viu-a do ápice à base
uma figura ímpar.
Olhos Rombóides!
Boca Trapezóide!
Corpo Retangular!
Seios Esferóides!
Fez da sua uma vida paralela à dela,
até que se encontraram no infinito.-
“Quem és tu?” indagou ele
em ânsia radical.
“Sou a soma do quadrado dos catetos.
Mas pode me chamar de hipotenusa.”
E de falarem, descobriram que eram,
(o que em aritmética corresponde a almas
irmãs)
primos entre si.
E assim se amaram
ao quadrado da velocidade da luz,
numa sexta potenciação,
traçando
ao sabor do momento
e da paixão,
retas, curvas, círculos e linhas sinoidais,
nos jardins da quarta dimensão.
Escandalizaram os ortodoxos das
formas euclidiana
E os exegetas do Universo Finito.
Romperam convenções newtonianas e
pitagóricas.
E enfim resolveram se casar,
construir um lar,
mais que um lar,
um perpendicular.
Convidaram para padrinhos
o Poliedro e a Bissetriz.
E fizeram planos, equações e diagramas
para o futuro
sonhando com uma felicidade
integral e diferencial.
E se casaram e tiveram uma secante
e três cones
muito engraçadinhos.
E foram felizes
até que um dia,
em que tudo vira afinal
monotonia.
Foi então que surgiu
O Maximo Divisor Comum,
freqüentador de círculos concêntricos,
viciosos,
Ofereceu-lhe, a ela,
uma grandeza absoluta
e reduziu-a a um denominador comum.
Ele, quociente, percebeu que com ela
já não mais formava um todo, uma
unidade,
Era o triângulo,
Tanto chamado amoroso.
Desse problema ela era uma fração
a mais ordinária.
Mas foi então que Einstein descobriu a
Relatividade
e tudo que era espúrio passou a ser
moralidade
como, aliás, em qualquer
sociedade.


 Millôr Fernandes

Insensibilidade

      Sabe, hoje recebi um video de uma pessoa da qual eu jamais esperaria receber algo do gênero.
     Para que entendam do que eu falo, vou descrever o video que, sinto pela covardia, não assisti até o final.
      O video é a gravação, feita por um adulto irresponsável, de uma CRIANÇA, de mais ou menos uns 11 anos, não mais que isso, tendo relações sexuais com uma MULA. 
Nojento né?!?!?!
Tem certeza? Tem certeza que você ainda não recebeu esse vido com um corpo de mensagem cheio de
"rsrsrsr" ou "não abra na frente das criança, hahaha", como eu recebi?
      Estamos em um tempo que quanto mais chocante melhor, quando menor o respeito pela
vida humana, melhor, mais audiência, mais acessos!
       Exagerando? Tem certeza?
      Parou para pensar no tipo de adulto que esta criança irá se tornar, e no tipo de pervertido que 
é o adulto aos risos por traz da camera, que se diverte ou se excita vendo uma criança tentando ter um orgasmo ao penetrar uma mula... Ahhhh.... agora parece grosseiro?!?!
     Mas é exatamente o que é...
    Sinceramente, cenas como esta fazem com que eu me pergunte se as vezes o isolamento do ser humano não seria mais saudável, não teríamos esta necessidade imediatista de atenção.
Pena.