segunda-feira, 24 de maio de 2010

Primeiro, não queremos perder


É lógico não querer perder.Não deveríamos ter de perder nada:Nem saúde, nem afetos, nem pessoas amadas.Mas a realidade é outra:Experimentamos uma constante alternância de ganhos e perdas.
Segundo:Perder dói mesmo.Não há como não sofrer.É tolice dizer não sofra, não chore.A dor é importante.O luto também.
Terceiro:Precisamos de recursos internos para enfrentar a tragédia e a dor.A força decisiva terá que vir de nós, de onde foi depositada a nossa bagagem.Lidar com a perda vai depender do que encontrarmos ali.
A tragédia faz emergir forças inimagináveis em algumas pessoas.Por mais devorador que seja, o mesmo sofrimento que derruba faz voltar a crescer.
Quando é hora de sofrer não temos de pedir licença para sentir, e esgotar, a dor.O luto é necessário, ou a dor ficará soterrada, seu fogo queimando nossas últimas reservas de vitalidade e fechando todas as saídas.
Aprendi que a melhor homenagem que posso fazer a quem se foi é viver como ele gostaria que eu vivesse: bem, integralmente, saudavelmente, com alegrias possíveis e projetos até impossíveis.
Lya Luft

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